quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Outros braços

Quando os braços me têm, levemente nos meus, mãos, costas e rosto, mesmo sem a dança, os passos são dançados.
Mãos imponentes em terno preto, vingam novamente o melhor dos abraços adentrados.O ar toma todo o pulmão : perfume que suspira !
Como sentiria falta desses momentos raros ao fim do sol para a noite reter o desespero.
Nos corredores estrelados encontrei-o.Pus as mãos nos braços dele e mostrei preocupação, mas o Sol gritava e ele não ouvia : chegou mais perto.Uma mão em minhas costas e a outra na minha face.Repousei as minhas uma no ombro e a outra no peito.Disse-me palavras que não entendi, malditas estrelas gritando.
Abracei-o com força e não quis soltar, foi semelhante ao abraço que me deu num corredor branco mais de um ano atrás...Jamais o soltaria se pudesse assim ser.Ele foi quem soltou.Mirou meus olhos com os brilhantes dele e beijou meu rosto segurando-o com as duas mãos.Sorri deliberadamente - pois não tive outro adjetivo para dar - e o vi sumir majestoso pelo chão de madeira.
Enxugou minhas lágrimas pela moldura do espelho.Nada o prometi, apenas a mim que não esqueceria o dono dos abraços vigias do tentar.

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